Confesso que não li muito sobre este filme antes do seu lançamento. Estou muito longe de fazer parte do núcleo de fãs de Ryan Reynolds e dos seus filmes completamente cheios de piadas infantis. É verdade que gosto de alguns filmes protagonizados pelo astro, mas a maior parte deles acabam por ser ridículos de mais. Quanto ao realizador, Shawn Levy, a minha opinião era um pouco diferente. Ele já realizou boas comédias como “Big Fat Liar”, “Night at the Museum”, “Date Night”, “The Intership”, “The Pink Panther”, “Cheaper by the Dozen”, etc. E também já mostrou que consegue entregar um bom drama com uma dose suficiente de comédia em “This is Where I leave you”. Mas o seu último filme, também uma parceria com Ryan Reynolds, foi uma grande desilusão. “Free Guy” está muito longe de ser bom, mas essa critica já foi feita anteriormente pela minha colega, e pode ser lida aqui! Como se não bastasse, a última produção de Ryan Reynolds na Netflix, “Red Notice” (Considerada a produção mais cara da história da plataforma de streaming!), foi um fiasco. Mas, mesmo com tantas razões para falhar, dei uma oportunidade ao filme. E foi uma agradável surpresa.
O filme mistura ficção científica, aventura, drama e humor numa dose certa que nos prende do início ao fim. Para além disso tem um elenco de luxo, e está carregado de reflexões sobre a morte, o pouco tempo que nos resta e os caminhos tortuosos que o destino nos reserva – ao melhor estilo de “Click”, com Adam Sandler.
A história do Adam de 2050 que, acidentalmente, viaja para 2022 e encontra o Adam do passado não é nada de novo. São vários os filmes que abordam a questão de viagens no tempo. Mas este filme consegue diferenciar-se dos demais. Até porque as “regras” dessas viagens, e a ciência, são completamente deixados de lado no filme. Porque, acima de tudo, o filme diverte e entretém. E, mais que uma viagem no tempo, esta aventura trabalha sentimentos mal resolvidos, saudades e conflitos internos.
O melhor do filme é a química entre Reynolds (Adam de 2050) e Walker Scobell (Adam de 2022). As expressões do actor mais novo, as manias, o sarcasmo, e até o seu humor fazem-nos lembrar muito de Ryan, parecendo mesmo seu familiar!
E, por falar em química, os fãs dos filmes de dramas/comédias adolescentes que davam na televisão aos fins-de-semana à tarde, têm razões para sorrir quando virem novamente a química do casal de “De Repente já nos 30!” (“13 Going on 30”), Jennifer Garner e Mark Ruffalo.