Joe Carnahan volta a acertar! Tinha entrado no meu radar com o remake de A-Team (que ainda não vi porque fui minado com os holofotes do mediatismo com resultados mistos), captou a minha curiosidade com The Grey (que não vi quase que pressentindo a avalanche de Liam Neeson que aconteceria desde aí) e cimentou o que não sabia que tinha de cimentar com Boss Level (que vi porque tive de criticar o filme).
Copshop tem um elenco sólido, onde entendo ter sido imposta a diversão nas prestações.
Como co-protagonista, Gerard Butler tem o meu particular prémio de actor que mais se diverte com a sua interpretação autenticamente pilhado por Toby Huss, que surge no filme quando mais nada se esperava do enredo, não por pobreza ou fraqueza, mas por eu ter entendido que havia ingredientes mais que suficientes para avançar com a história.
O outro actor principal, de onde já se entende franco sucesso na química com Carnahan, é Frank Grillo no papel de antagonista/antagonizado por Butler. Há uma franca exploração profundidade das personagens para que se convencione a ligação emocional das mesmas ao espectador, para que este filme não seja meramente competente numa história contígua com interacções limitadas ao micro-universo criado naquela prisão. Ainda que eu tenha achado satisfatória toda a experiência com esta proposta, Grillo alertou para a castração na sala de edição da sua prestação, defendendo-se dos detractores que a acharam fraca, esquecível e dispensável. Não subscrevo, tanto que conheço o que este senhor é capaz de trazer, com exemplo de Kingdom, portanto não me tendo desiludido, não serei exigente de mais em Copshop. Fiquei bem com o que me deu apesar de ser sempre solidário a algo melhor se existir.
Toby Huss é uma estrela improvável! Por demais colorido, enérgico, ponderado, distorcidamente lógico, entertainer nato e magnetizante, claramente é o actor que mais se divertiu com a interpretação de Anthony Lamb, um assassino psicopata que não olha a meios para atingir os seus fins, com uma frieza aconchegante e causal de quem faz uma omelete.
Mas a verdadeira estrela que cola todos com todos nesta trama é, de longe, Alexis Louder. Não há adjectivos que descrevam esta menina que me converteu absolutamente, uma vez tendo ultrapassado o seu visual de cabelo curto que parece ser a mais recente e frequente (enjoante) tendência de Hollywood em implementar mulheres fortes negras com papéis de destaque. Louder tem alcance, profundidade, presença e entendimento de quando tem de carregar as cenas ou suportá-las entendidamente com os seus co-protagonistas Butler e Grillo. O futuro é risonho para esta actriz e mal posso esperar pelo que possa mais fazer.
Recordo e reforço que esta opinião advém de um filme de acção que não precisa disto tudo, mas que Joe Carnahan faz questão de providenciar e extrair dos que trabalham consigo para me fazer passar um excelente par de horas, levando-me a vários tons no mesmo filme sem nunca se enganar no tempero e com plena noção do que está a fazer.