Assim como os seus antecessores, este filme é 8 ou 80. Aliás, todo o Monsterverse é muito 8 ou 80. Ou amas, ou odeias. E eu também costumo ser assim no que toca a ficção científica. Tudo o que é demasiado irreal enjoa, ou então faz-nos viajar. Depende muito da construção da saga em si, dos personagens, etc. Mas o Monsterverse foi a primeira saga de ficção científica que me deixou algures no meio. Nem amo, nem odeio. Come-se…
E se o primeiro filme do “Godzilla” começou a apalpar terreno para a saga, foi o primeiro filme do macaco gigante, “Kong: A ilha da Caveira” que me despertou mais á atenção e me cativou. Tudo isso para mandarem tudo pelo cano abaixo com “Godzilla 2: O Rei dos Monstros”. Daí estar um pouco com o pé atrás em relação a este filme. Ainda assim, surpreendeu-me.
O filme continua a ter os kaiju como protagonistas, mas continua a tentar criar histórias interligadas que possam acrescentar humanos às produções. Muitas vezes até parecendo forçado. Isso não estraga o filme, mas também não melhora. Mantém o meio-termo.
Alguns desses tramas humanos que tentam interligar com a história e os propósitos dos monstros, serve para os “humanizarem”. Eles tentaram ao longo de toda a saga “humanizar” os monstros para que possam ser vistos como protagonistas e não como “catástrofes naturais”. Quando, na verdade, é isso que são.
Mas esquecendo um pouco a ciência e tudo o resto, e entrando nesta “onda” de monstros, o filme até nos apresenta uma história coesa, sem muito tempo para “encher chouriços”, com um ritmo acelarado e que, ao contrário do último filme da saga, não nos vai deixar adormecer na sala de cinema.
Os vilões estiveram bem. Não desenvolveram muito, mas deu para perceber as suas motivações. E, como já é normal num filme de monstros, foram eliminados muito facilmente. Ainda assim, se o filme já nos presenciava com lutas fantásticas, os vilões ajudaram a criar uma luta épica no final.
E, mesmo sendo a melhor luta da saga, não podemos desvalorizar os dois primeiros rounds do filme. O primeiro vencido (obviamente) por Godzilla, ou não fosse ele disputado no oceano… E o segundo vencido pelo verdadeiro “King”, Kong, já em terra (E com um machado poderoso que absorve os raios de Godzilla, encontrado algures no caminho). Nem as lutas, nem os visuais. Fotografia absolutamente fantástica. E aquilo que mais pareceu uma cópia da história de Júlio Verne acabou por dar uns 10 a 0 ao filme “Viagem ao Centro da Terra”, só pelos visuais!
Um filme morno, que não chega para aquecer nem arrefecer. Mas que termina, da melhor maneira, esta saga de Monstros. Lutas incríveis, visuais fantásticos e desenrolar rápido, sem tempo para “encher chouriços”. Agora, por favor, já chega. Não inventem mais…