Luzes coloridas, humor pra lá de besta, e muita música. The Guardians of the Galaxy Holiday Special (Os Guardiões da Galáxia – Especial Boas Festas) é uma celebração natalina extremamente divertida e bem humorada. Mas, mais do que isso, esta brincadeira de James Gunn (realizador e argumentista) é uma confirmação de que os especiais da Marvel são um enorme acerto da produtora.
Lá atrás, quando anunciaram o tal especial de Natal, criei a expectativa de ver um filme despretensioso, bobo, irônico e muito leve. Pois eu não poderia estar mais certo acerca de minhas expectativas. Holiday Special pouco quer além de satirizar filmes natalinos. Temos aqui momentos musicais absurdos e desnecessariamente longos (o que é bem engraçado), discursos piegas e sentimentais, e uma trama completamente boba que pode fazer esse filme ser encarado quase como um filler.
Sim, quase. Holiday Special é uma festa besta, mas também é um importante meio de desenvolvimento para algumas personagens chave do grupo de heróis. Peter Quill (Chris Pratt) e Mantis (Pom Klementieff) têm questões significativas do seu passado exploradas aqui. Questões de peso, importantíssimas para entender melhor quem essas personagens são, em que momento de suas vidas elas estão, e como seu relacionamento vai se desenrolar no futuro.
Tiro meu chapéu para James Gunn que, no meio de tanta bobagem e ironia, desenvolve aspectos tão importantes e traumáticos de suas personagens, com uma simples brincadeira de troca de presentes. Gosto de como Gunn pensa suas histórias, e me divirto com a habilidade dele de sempre me surpreender.
E esse “filler” descontraído, que aproveita uma festa para aprofundar-se em peças chave para o futuro dos Guardiões, é a prova de que a Marvel acertou em cheio ao criar o selo Marvel Studios Special Presentations. Assim como demonstrou o especial de Halloween, tais eventos são ótimos para apresentar novos conceitos, personagens ou até mesmo universos inteiros ao MCU. Assim, o que antes era empurrado à força, de forma apressada, e muitas vezes gratuita em outras grandes produções do estúdio, agora pode ser desenvolvido de forma mais autêntica, natural e desprovida de pretensão.
The Guardians of the Galaxy Holiday Special é muito divertido, e só por isso se bastava. Mas, enfim, demonstra ter o que dizer, não só sobre suas personagens, mas sobre o futuro do MCU como franquia. A Marvel fecha muito bem seu ano com a mais carismática das suas produções dos últimos anos.
Valeu, James Gunn. Agora pode ferir meus sentimentos com o Volume 3.