Com um argumento fraco e previsível, o filme consegue manter a boa qualidade técnica. Infelizmente isso não chega para cativar o espectador para esta história tão vazia. Sinceramente preferia que a qualidade técnica não fosse tão boa, e o roteiro nos prendesse do início ao fim, mas assim talvez não conseguisse meter os sonos em dia… Foi mais uma tentativa da Netflix de chegar a todo o lado, e não chegar a lado nenhum.
O filme conta a história do casal Henry (Logan Marshall-Green) e Meera (Freida Pinto), com um casamento de 12 anos e muita bagagem às costas. Os personagens perfeitos para a mensagem do filme: Nós nunca conhecemos (realmente) ninguém. Nem mesmo uma pessoa que viva connosco há tantos anos! Eles começam por se mudarem de Boston para uma pequena povoação no Novo México. Henry é arquitecto e foi o responsável por transformar em realidade a casa de sonhos do casal. Uma casa tão grande que só ajuda a aumentar as semelhanças entre ela e o roteiro: Demasiado vazios. Quanto a Meera, é uma terapeuta que venceu o cancro da mama.
Enquanto o casal sai para um encontro, a casa é assaltada e apenas roubam os telemóveis e um portátil. Coisas insignificantes que são rapidamente substituídas por Henry, que aproveitou para melhorar as lacunas na segurança da casa. Na noite seguinte, mesmo com as melhorias na segurança da casa, os mesmos indivíduos voltam a invadir a casa enquanto o casal dorme. Mas Henry acaba por revelar uma arma escondida, que Meera não sabia da existência, e dispara sobre os assaltantes, deixando um hospitalizado e matando os restantes. Logo aí ficamos a desconfiar das atitudes do “marido perfeito”.
Meera, obviamente traumatizada, tenta descobrir o que Henry não quer dizer. Acabando por descobrir que não faltava apenas uma peça do puzzle, ela é que só tinha apenas uma peça de um puzzle (mistério) enorme. O roteiro consegue trabalhar bem com essas questões na primeira metade, mantendo algum mistério, mas acaba por descarrilar na segunda metade. Quando percebemos que, afinal, estivemos certos desde o começo. Nunca foi um mistério assim tão grande…
Neste filme tão previsível, o que o salva é a qualidade técnica e o elenco. Especialmente Logan Marshall-Green, que nos faz desconfiar desde o princípio. O filme foi escrito por Chris Sparling e realizado por Adam Salky.