A proposta do filme não era nenhuma novidade, mesmo assim é o tipo de filme que todos gostamos de ver num serão de descompromisso (Ou de Netflix and Tchill, como os millenials dizem). Um filme que mistura acção com comédia. Uma dupla principal vinda de realidades muito diferentes. Tudo isto num típico filme de troca de identidades, que obriga um desastrado a unir-se a um assassino.
O filme conta a história de Teddy Jackson (Kevin Hart), que trabalha num ginásio e tenta inventar, sem sucesso, vários tipos de produtos e desportos novos. As suas ideias são horríveis e acabam por nunca fazer sucesso. Enquanto isso, um assassino profissional conhecido por Homem de Toronto (Woody Harrelson), coleciona missões de sucesso a tirar informações valiosas por meio de tortura. O destino de ambos coincide quando Teddy, na tentativa de fazer uma surpresa à sua esposa, entra no sitio errado à hora errada. Ele acaba por ser confundido com o Homem de Toronto e, para sobreviver, ele acaba por manter o disfarce.
O principal erro do filme é falhar em todos os aspectos a que se propõe atingir. Falha como filme de acção? Sim. Falha como filme de comédia? Praticamente. Eles tentaram “Kevin Hart’izar” (Quem vir o filme percebe o trocadilho) demasiado o filme, e conseguiram. Mas se teve piada? Nem por isso. Gargalhadas? Apenas uma. E isso, para mim, não é suficiente para caracterizar um filme como comédia. Para além de falhar nos dois géneros, acaba por consequentemente falhar na mistura. Até porque não existe mistura. É como se existisse um muro a separar os dois géneros.
De resto o filme acaba por falhar também em todos os pequenos aspectos. Os personagens são todos tão genéricos que parecem tirados de uma paródia a um filme do Mr. Bean. Desenvolvimento é zero. Nem vou referir nomes porque o filme é apenas Hart e Harrelson. Clichês aos pontapés. CGI horrível! Sim, horrível. Este é o tipo de filme que nos faz achar que a Marvel não usa CGI. E isso fica evidente ao longo do filme. Mas a situação mais evidente é logo no início, na cena do avião (Bastante idêntica a “Uncharted” mas, ao mesmo tempo, tão diferente. Porque uma é bem executada e a outra não). E todo este amontoado de situações fazem-nos sentir vergonha alheia.
Mas nem tudo é mau, acalmem-se. O filme entretém. E muito. Mas é apenas isso. Um aperitivo. Falta-nos o prato principal… E ele vai fazer sucesso nas primeiras semanas no catálogo, e daqui a umas semanas já ninguém se lembre dele. Depois? Vai ser só mais um.