Uma coisa é inegável: Operation Fortune é projecto de diversão para esta gente. Pena que tenha alguns bons detalhes que ficam aquém do que poderia ser, pelos nomes que emprega.
Não obstante, ver Jason Statham aparentemente imbatível é sempre balsâmico a ver Aubrey Plaza aparentemente engraçada.
Guy Ritchie já só assina projectos com as marcas mínimas de que são seus… Lock, Stock and Two Smoking Barrels é eterno, Snatch é um clássico, e Sherlock Holmes é revigorante. Todos eles transpiram Guy Ritchie por todos os poros. Não há nada de mal.
Operation Fortune: Ruse de Guerre é um mero dia de trabalho. Tem elementos divertidos, inesperados e irreverentes, como é apanágio do realizador inglês, alguns nomes para ajudar a veicular isto para as massas e um nome despropositadamente longo.
Há bocejos de franquia com isto mas, tal como um bocejo demonstra, não parece haver muita vontade de se elevar sequer a produto de revenda.
O ritmo disto é atropelado. Há demasiada atenção a certas sequências e displicência para com o todo. Isto é nada mais nada menos que um filme, que se vê e não incomoda, mas não fixa nem cativa. Se há filme digno de ser violado com a regra inviolável de mexer no telemóvel ocasionalmente, é Operation Fortune: Acção com Piadas em Streaming.
Aubrey Plaza é empurrada pela goela abaixo como a femme fatale com sentido de humor. Mas Guy sabe fazer um filme e segue com a coisa quando a sujeita está na iminência de se tornar insuportável.
Josh Hartnett também está aqui. Num rasgo de noção meio-meta, neste filme é o actor que sabe que é actor, quando é chamado a participar desta coisa meio militar, meio secreta, mas com um ego que não cabe na superfície da Terra que este deverá achar plana, como personagem pseudo-burrinha e arrogante.
Hugh Grant é, de longe o mais carismático. Parece até que foi escrito para ser o vilão que encerra todos os clichés de um enredo de espionagem, desde o mais absurdo ao mais pesado e tenebroso. Claramente é o que mais se diverte neste Operation Fortune: Statham Salva O Mundo.
Bugzy Malone é um rapper britânico. Já tem trabalhado umas quantas vezes com Guy Ritchie. Aqui tem um papel e ajuda bastante no enredo, participa na acção e não é relevado a nenhum type-cast. Mas é facilmente esquecível. Parece que foi aqui metido porque tinha de ser aqui metido. Mas não foi desagradável. Apenas esquisito.
Todo este filme dá a impressão que é sequela. Há uma química de familiaridade entre os intervenientes, não como se se conhecessem de outras andanças, mas como se se conhecessem de outro filme/série, convívio num pub. Há uma orgânica inorgânica que pareceu fazer-me sentir culpado por não estar a entender se devia ter visto ou sabido de algo antes de ver Operation Fortune: Operação de Operadores de Outras Operações.
Enfim, vejam. Isto vê-se. Tem coisas boas ao estilo Bimby. É bom porque foi bem executado, porque a máquina está bem oleada e porque sabe-se produzir algo que se veja, mas não é nada que tire o fôlego. Nem por ser péssimo nem por ser fantástico. Acho que é isto com Operation Fortune: Porradaria, Explosões, Tiros e Fatos.