Uau. Aterrei neste filme completamente de paraquedas. Apenas sabia o nome e o protagonismo de Gerard Butler pela capa. No início tudo pareceu um pouco óbvio. Tirando um foco demasiado grande nas técnicas de pilotagem de um avião, que me fez perguntar se era um filme sobre uma viagem turbulenta ou algo mais. Mas aí entra um criminoso acompanhado por um polícia e voltou a parecer tudo demasiado óbvio. Já vi demasiados filmes dentro de aviões. E, no fim, parecem todos idênticos. Mas, para grande surpresa minha, o filme não era sobre a viagem mas sim sobre o destino. Contrariando a frase popular que nos ensina que o importante não é o destino, mas sim a viagem.
O filme conta a história de Brodie Torrance (Gerard Butler), um piloto que salva os seus passageiros de uma tempestade, aterrando o avião numa ilha desconhecida. Rapidamente descobrem que a ilha tinha sido tomada pelos seus habitantes rebeldes, que fazem da tripulação refém. Como comandante do avião, ele sente-se responsável pelo que aconteceu à sua tripulação e decide salvá-los. Mas, para isso, vai ter de pedir ajuda a quem ele menos espera…
Tenho, basicamente, três grandes elogios e duas grandes críticas a este filme. Preferem que comece pelo bom ou pelo mau? Vamos começar pelo menos bom… O menos bom neste filme é a falta de acção. Não digo que não tenha. Simplesmente deixa-me com vontade de ter mais. Existem tiroteios suficientes, lutas suficientes, mas falta o perigo. Senti o perigo de morte dos passageiros por poucas vezes. Tudo suou a “demasiado fácil”. E ninguém gosta de missões fáceis em filmes de acção. Mas o principal culpado deste problema leva-nos ao segundo problema do filme: O vilão principal. Achei-o demasiado genérico, pouco temível, pouco autoritário entre os rebeldes e, por fim, ficou aquém do seu “sidekick”.
Mas o filme também tem coisas boas. Tem qualidade cinematográfica e uma determinação exímia em manter as coisas simples e directas, mas com charme. Tal como qualquer bom filme de acção dos anos 80/90. E, aquilo que eu mais gostei, é que o filme é curto e directo, e o personagem principal não é nenhum super-herói. Existem muitas coisas que eu gostaria de ter visto: Brodie ter encontrado percalços, ou alguns perigos na floresta, na viagem até ao local onde a sua tripulação está em cativeiro; A tripulação tentar “sobreviver” numa ilha isolada ao estilo de “Lost”; Mais cenas de acção; Etc. Felizmente nada disto aconteceu. O realizador foi curto e directo na história. Principio, meio e fim. O meu relógio agradeceu. Este filme é a prova que ainda podemos contar uma boa história sem necessitarmos de “roubar” mais de 120 minutos ao público. O meu elogio final é para a personagem de Butler, que nunca é retratado como um super-herói. Ele é um piloto, ponto final. Muitos filmes de acção têm dificuldade em perceber isso. Mas este não. Este abraça essa ideia e transforma-o num piloto excepcional. Mas um herói muito frouxo. Ele tem capacidade de liderança, mas as suas habilidades físicas deixam muito a desejar. E é isso que o torna diferente e excepcional. Nem todos os heróis da vida real são super-heróis.
No fim, torna-se um bom filme para ser visto sozinho ou em família. De noite ou de dia. Um filme de acção B que mete inveja a muitos filmes de acção B…