Retratos de fantasmas. Figuras, orgânicas ou não, eternizadas pela arte mortal de capturar momentos com grafia de luz. Imutáveis, infinitas. Um resquício de memória do que se transforma com o passar do inevitável e impiedoso tempo.
Kleber Mendonça Filho compartilha conosco a íntima relação que sustenta com tudo o que o cerca, o impacta, o inspira e o molda. Um relato composto de melancolia, ironia e respeito pelo que passou, ou há de passar, e que foi, ou há de ser esquecido. É amor ao material, emocional, concreto e simbólico que transforma e traz significado.
Os cinemas, O Cinema; a casa, a mãe; os edifícios, sua ruína. Coisas, pessoas, ideias, e seu legado. O olhar para o passado é saudosista e admirado, e para o presente, consciente. Consciente de que tudo e todos são muito mais do que sua própria existência. São o impacto deixado e o impacto recebido.
Vida, memória. A principal qualidade é efêmera. Breve como este texto, que tenta, com dificuldade, traduzir em palavras a experiência de dividir com Kleber algumas, talvez das mais importantes, partes de si. Assim sendo, a fim de encerrar por aqui, sinto que resta apenas uma coisa a ser dita: obrigado.