“Ride or Die” conta a história de Rei (Kiko Mizuhara) e Nanae (Honami Satô), que se conhecem na escola. Hoje, com 29 anos, vivem vidas diferentes. Até que Nanae pede ajuda a Rei, depois de dez anos sem se verem. Nanae conta-lhe que sofre abusos físicos do marido. Então Rei mata o marido de Nanae e fogem. Durante a fuga vemos sentimentos expostos, enquanto tentam decidir o que vão fazer.
O grande problema do filme é “vender” uma história de romance, quando na verdade não é. Sempre que achamos que vai haver romance, acaba por nunca acontecer. E tão depressa estão a comer juntas, a sorrirem e a falarem do que fazer a seguir, como logo de seguida estão a gritar uma com a outra e a pensarem em matar-se. Uma história que no fim quase nos dá uma versão lésbica de “Romeu e Julieta”, mas acaba por terminar de uma maneira comum. Um final real, digno do mundo em que vivemos. E confesso que essa foi a melhor parte do filme, mas acho que não é para isso que as pessoas vão ao cinema.
Ambas sofreram de várias formas, ao longo da sua vida. Seja por amor, pela família, aceitação da identidade sexual, classe social, etc. E o filme mostra-nos o que as levou á beira do precipício. Para nos contar esta história houve um grande trabalho das actrizes. E a sua performance é digna de elogios.
Um romance dramático, por vezes absurdo, interpretado por duas actrizes que dão tudo em cada cena.
A trama da fuga dá-nos muitas vezes a sensação de liberdade. De que podemos libertar-nos, a qualquer altura, das amarras da vida, e fugir. Sem destino. Mas o “enrola e desenrola” usado tantas vezes ao longo das mais de 2 horas de filme, acaba por enjoar e tornar-se cansativo.