Shazam! Fury of the Gods: uma aventura para toda a família!

Assim como o original de 2019, Shazam! Fury of the Gods (Shazam! Fúria dos Deuses) é pura diversão descompromissada! Leve e bobo, o filme não pretende mais do que entreter com muito humor e fantasia, e proporciona uma experiência cheia de carisma para toda a família.

Billy Batson (Asher Angel) e sua família estão de volta com seus poderes incríveis. Agora que formam um grupo de super heróis, tentam juntos conhecer melhor suas habilidades e lidar com o trabalho em equipe… bem, pelo menos Billy tenta, enquanto seus irmãos preferem se virar por conta própria. Então, uma ameaça divina surge para desafiá-los, pondo não só eles, mas toda sua cidade em perigo, forçando-os a superar suas dificuldades para poder salvar o dia.

Como esta sinopse sugere, desta vez a família de Billy está muito mais ativa na trama do que no filme antecessor. Alguns têm mais destaque que outros, mas cada um de seus cinco irmãos têm participação significativa no enredo do filme. Auxiliados por um argumento que desenha muito bem as características de cada um, garantido a todos personalidades únicas, o elenco infantojuvenil demonstra muito carisma em tela e, junto do casal que interpreta seus pais, proporciona a Fury of the Gods um clima simpático de aventura familiar.

Entretanto, por mais que todos tenham suas funções bem estabelecidas no enredo, algumas de suas subtramas não atingem totalmente seu potencial. Alguns dos dilemas dos irmãos de Billy não vão além de ser meios de representação de suas personalidades, e acabam por se aprofundar pouco em ideias que garantiriam mais substância ao filme. Pedro (Jovan Armand), por exemplo, apresenta um promissor dilema sobre sua sexualidade que, no fim das contas, serve apenas para garantir uma piada fofa sobre aceitação e acolhimento. 

O mesmo pode-se dizer do protagonista de Fury of the Gods. Billy Batson aparece estranhamente pouco em seu próprio filme, deixando maior espaço para seu alter ego Shazam brilhar mais. Sim, Shazam e Billy são a mesma pessoa. Porém a figura do garoto traz a personagem para mais próximo do público e garante mais dramaticidade para seus dilemas pessoais. Zachary Levi é ótimo como o super herói Shazam, mas o filme pedia por um pouco mais de Billy Batson.

Por outro lado, quem teve espaço de sobra foi seu irmão Freddy Freeman (Jack Dylan Grazer). O menino que já havia roubado a cena no filme original, agora divide o posto de protagonista com Billy. Bom, para falar a verdade, rouba para si. Posso estar enganado, uma vez que não pude checar exatamente o tempo de tela de cada personagem no filme, mas Freddy parece ter mais destaque que qualquer outra personagem. E não é à toa. Jack Dylan Grazer é excelente, esbanjando carisma e talento em cada uma de suas cenas. Com muita naturalidade e presença em tela, Jack dá vida a um Freddy dinâmico, sagaz e irônico, que domina a cena sempre que se faz presente. É curioso notar como a realização percebeu todo o potencial do garoto no filme de estreia, e aqui cedeu a ele não só as melhores cenas do longa, como a trama mais interessante e relevante de todo o filme. É Freddy Freeman quem conduz Shazam! Fury of the Gods, do início ao fim. O que é confuso, admito, mas funciona muito bem.

E o que também funciona muito bem é a ação de Fury of the Gods. Apesar de agora serem mais grandiosas em escala e ainda mais presentes durante o filme, as cenas de ação de Shazam! continuam muito simples e dinâmicas. Shazam! Fury of the Gods não é um filme que se propõe a entregar combates complexos e empolgantes como a maioria dos filmes de super heróis fazem. O foco aqui é a fantasia e descontração, e nisso Fury of the Gods acerta em cheio.

Outro acerto são as ameaças apresentadas pelo filme. As irmãs do Olimpo, filhas de Atlas, são cruéis e inescrupulosas, o que cria um contraste interessante com o grupo solar de heróis. As deusas convencem como a grande ameaça que prometem ser, e carregam consigo uma constante sensação de perigo, que mantém o engajamento na obra, por mais que o tom sempre leve e descontraído do filme denuncie que consequências realmente sérias jamais alcançarão suas personagens principais.

Talvez algumas pessoas se incomodem com certas decisões tomadas pelo argumento no terço final do filme. Em seu clímax, Fury of the Gods cai de cabeça na despretensão, e entrega uma chuva de soluções bestas para seus conflitos catastróficos. Eu, pessoalmente, não me importei com isso. Pois, até aquele momento, o filme já havia se provado tão divertidamente bobo, que já estava totalmente imerso em sua inocência e simplicidade.

Diversão e muita fantasia. Shazam! Fury of the Gods é sincero com tudo o que faz, e geralmente o faz muito bem. Alguns subplots são explorados de forma insatisfatória, sim, mas não o suficiente para fazer da experiência algo desagradável ou frustrante. Permita-se rir sem demais pretensões, e garanto que não irá se arrepender.


Shazam! Fury of the Gods
Shazam! Fúria dos Deuses

ANO: 2023

PAÍS: EUA

DURAÇÃO: 2h 10min

REALIZAÇÃO: David F. Sandberg

ELENCO: Zachary Levi, Asher Angel, Jack Dylan Grazer

+INFO: IMDb

Shazam! Fury of the Gods

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