Revisualizando: Super Mario Bros. é um desastre audiovisual fascinante!

Agora que o mais novo filme do Super Mario está entre nós (leia a crítica aqui), decidi que era hora de conferir a famigerada adaptação live-action que chegou aos cinemas em 1993. E como foi tal experiência? Por incrível que pareça, me diverti muito, pois Super Mario Bros. é um desastre audiovisual fascinante.

Nada! Exatamente nada funciona em Super Mario Bros.! O filme simplesmente falha em tudo que se propõe a fazer: não é uma boa adaptação dos games; não funciona como o filme infantil que finge ser; não apresenta uma aventura empolgante ou sequer uma história que faça sentido; não é um bom filme.

Tudo já começa mal quando se traduz um universo colorido, cheio de fofura e iconicidade, para uma versão suja e cyberpunk do que deveria ser o Reino dos Cogumelos. Assim como na mais nova animação da Illumination, Mario e Luigi vivem no mundo dos humanos, mais precisamente no Brooklin. Mas, diferente do que vemos na animação, que traz muitas cores vivas para o bairro, Super Mario Bros. decide trazer um Brooklin realista, com poucas cores, muita fumaça, homens suados e mulheres decotadas. E então, assim como no filme mais recente, ambos vão parar em outro universo, onde devem enfrentar a ameaça do poderoso Koopa (Bowser na animação, pois o vilão atende por ambos os nomes). A partir daí, é ladeira abaixo.

Super Mario Bros. entra em uma jornada da desgraça, onde apresenta uma sequência de péssimas ideias que surpreendentemente foram aprovadas, produzidas e comercializadas. Vou listar algumas delas em tópicos, pois a bagunça criativa é tanta, que temo confundir a cabeça de quem ler esta resenha.

  • O Reino dos Cogumelos dá lugar à uma cidade distópica, povoada por punks, criminosos e muita sujeira;
  • Os cogumelos coloridos aqui são um fungo nojento que infesta toda a cidade;
  • Os ambientes da aventura variam entre prisões, lixões e BARES CHEIOS DE MULHERES SEMINUAS!
  • Muita tensão sexual, insinuação de assédio e cenas sugestivas;
  • Mecânicas dos jogos implementadas e adaptadas de maneiras vergonhosas, gratuitas e pouco inventivas, que servem apenas para justificar o nome que o filme carrega;
  • Uma trama que envolve dinossauros enviados para outra dimensão pelo meteoro que dizimou a vida na Terra milhões de anos atrás, que evoluíram ao  ponto de se tornarem semelhantes aos humanos, e vivem em um regime ditatorial;

O filme é simplesmente uma bagunça de mal gosto, feia e fedorenta. Uma compilação de coisas estúpidas que jamais se encaixam umas com as outras.

Nem mesmo no tom Super Mario Bros. acerta. O longa até tenta se disfarçar de filme infantil com piadinhas bobas e músicas alegres, que tentam garantir um ar de descontração e ilustrar as trapalhadas das personagens. Mas é impossível imaginar que um filme que inicia sua trama com encanadores suados trabalhando, indo a encontros românticos e ajudando jovens escavadores de fósseis a combater poderosos figurões da cidade, prenda a atenção de uma criança. Mais difícil ainda seria imaginar que o que vem a seguir, uma luta contra um poderoso ditador em um universo cyberpunk, cheio de criminosos armados e personagens de meia idade insuportáveis, manteria a mais paciente das crianças engajada até o final do filme.

Super Mario Bros. é muito ruim. Mas é tão ruim, que chega a ser fascinante. É o tipo de obra audiovisual que não pode ser comparada a qualquer outra. Uma peça artística que supera todos os limites da porcaria. Um filme que transcende qualquer critério do bom gosto, e se faz imperdível para qualquer um que ama cinema, para o bem ou para o mal.

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