Cadê o cinema gostosinho de Moonrise Kingdom (2012), seu Wes Anderson? Não há mais vestígios de alma ou um sentimento qualquer em suas obras, a não ser a amargura da total apatia. Vícios, exageros, e pretensão. Não se salva muito de The Swan (O Cisne).
O pior de tudo, é perceber que no texto, que adapta o conto original de Ronald Dahl, há um enorme potencial para o choque. Há cenas de abuso, psicológico e físico, que chegam a conclusões violentas. E, mesmo assim, o realizador prefere apostar na sua batida estranheza, que já não é mais tão estranha assim, e comove apenas aqueles que se contentam com o mesmo. Novamente. Sempre.
Wes Anderson até me pega por um breve momento, quando brinca com stop-motion. Já disse em textos anteriores que a técnica me encanta, e o cineasta sabe trabalhar muito bem com isso. Mas fica por aí mesmo. Um pequeno feixe de luz em uma obra sem brilho. Que preguiça.