Jean-Claude Van Damme foi um dos grandes ícones de filmes de acção dos anos 80 e 90. Mesmo sendo um actor europeu, belga mais especificamente, conseguiu fazer uma carreira de sucesso em Hollywood, ao lado de astros como Arnold Schwarzenegger e Sylvester Stallone. Mas, enquanto os astros americanos ainda continuam esporadicamente em acção (Já um pouco enferrujados, diga-se de passagem), o astro belga parece trabalhar apenas para “pagar as contas”. E mesmo estando em melhor forma física que os astros americanos (Também tem menos 15 anos!), tem caído um pouco no esquecimento.
Depois de ter visto e avaliado “Xtremo”, um filme espanhol da Netflix que retrata um típico filme de acção dos anos 80, esperava mais de “The Last Mercenary”. E se ao longo do filme espanhol me pareceu, por vezes, ver a cara de Van Damme como protagonista, neste filme desejei não ter visto a sua cara como protagonista! Deu-me vontade de trocar o actor, e dar a Van Damme a oportunidade de estrelar um filme de acção como deve ser…
“The Last Mercenary” conta a história de Richard Brumére (Bruma), um lendário agente secreto. Após várias missões, ele foi abandonado pelo seu próprio país e começou a trabalhar como mercenário. Mas teve de sair do seu esconderijo para salvar um filho seu que, aparentemente, não conhece.
E se já estamos habituados a filmes demasiado cómicos da parte dos franceses, seja em policiais ou aventuras de táxi, este filme ainda piorou com a escolha do realizador: David Charhon, famoso em França pelas suas comédias enfadonhas…
Há cenas demasiado estúpidas, até para um filme que nunca se leva a sério. Van Damme vestido de mulher é, muito provavelmente, o mais ridículo. Mas existem outros. O facto do filme não se levar a sério, não é necessariamente algo mau, mas existem limites. E a grande falha é que esse exagero cansa.
Resumindo: É um filme que entretém, mas não digam a ninguém que é um filme de acção com o Van Damme. Digam antes que é um filme de comédia. Talvez assim as pessoas que o virem se desiludam menos. Porque, sejamos sinceros, o actor belga, ainda está em grande forma com os seus 60 anos, e as cenas de acção e estética lembram os filmes de acção dos anos 80, rendendo bons momentos. Mas é completamente desperdiçado num filme mais virado para a veia cómica. E o astro não merecia este fim melancólico de carreira. Mas cada um sabe de si. E ele lá tem as suas contas para pagar…
O filme que trouxe o astro de acção Jean Claude Van Damme à Netflix, tem a estética e algumas lutas dignas de um filme de acção dos anos 80. Mas falha ao misturar esse clima de acção com o clima de policial cómico que o cinema francês nos habituou nos últimos anos. Entretém, mas deixa a desejar por mais.
P.S.: O filme tem uma cena pós-créditos bem estúpida, mas que pode indicar uma sequência. Esperemos que não!