“Uncharted” quebra a maldição das adaptações de vídeojogos fracassadas!

“Uncharted” tinha tudo para ser mais um fracasso no que toca a adaptações cinematográficas de videojogos. Depois de mais de 10 anos a tentar tirar o projecto do papel, com várias trocas de elenco e de realizador pelo caminho, o filme chegou aos cinemas com um clima de desconfiança. Ainda assim, a sala de cinema estava cheia. Não me lembro de ter visto uma sala de cinema assim desde os tempos pré-covid (Não me julguem por ter apanhado COVID na semana de estreia de Spiderman: No Way Home, com certeza que as salas também estiveram cheias nessa altura, pelos números do filme). 

O filme mostra a história de origem de Nathan Drake (Tom Holland), descendente do explorador Francis Drake. Ele vive uma vida tranquila como bartender até conhecer aquele que seria o seu maior mentor em todas as suas aventuras: Victor “Sully” Sullivan (Mark Wahlberg). Juntos, eles embarcam numa perigosa aventura em busca do maior tesouro jamais encontrado, enquanto rastreiam pistas que possam levar ao irmão perdido de Drake. 

O filme, que nem sempre está à altura dos jogos, usa uma fórmula idêntica à Marvel para nos introduzir um novo herói, bem como alguns dos personagens secundários mais conhecidos, num ritmo desacelerado e com várias pausas para o típico alívio cómico, que funciona ainda melhor graças à química entre Holland (Drake) e Wahlberg (Sully). O filme também dá a devida atenção às cenas de acção que são realmente fantástica e grande parte delas inspiradas nos videojogos. 

Já Sophia Ali (Chloe) e Tati Gabrielle (Braddock) acabam por ficar um pouco ofuscadas pelo desenvolvimento da dupla principal. Chloe serve apenas para uma ou outra referência aos jogos, e Braddock acaba por não conseguir ser a vilã fantástica que estávamos à espera. Mas, sejamos sinceros, os vilões nunca foram o forte de Uncharted. E o verdadeiro perigo, normalmente, vem na forma de monstros que retratam medos ou lendas populares das histórias dos antigos piratas. Coisa que não houve neste filme. Aliás, este filme mantém os pés bem assentes no chão (mesmo com aquela cena de acção do avião, digna de um filme de Fast & Furious).

E, não podemos falar dessa cena, sem falar das comparações entre o filme e os videojogos. O filme acerta porque conta uma história original. Uma história de origem do personagem, misturando vários elementos que vimos na série de videojogos. E essa dosagem acertada conseguiu agarrar os fãs da saga, bem como pessoas que nunca jogaram Playstation na vida. E as cenas pós-créditos só reforçam isso: Este filme é apenas um prólogo dos videojogos. O que justifica o maior erro do filme (A ingenuidade de Peter Park… Perdão, Nathan Drake).

Muitos podem não concordar mas, como fã da saga de videojogos, gostei bastante do filme. Falhou onde eu mais esperava que falhasse: Na escolha do elenco. Particularmente, Tom Holland, que parece não ter conseguido livrar-se dos tiques de Spiderman, e mostra um Drake muito mais ingénuo do que estamos habituados a ver nos videojogos. Mas acertou em praticamente tudo o resto. Esperemos que as bilheteiras sejam boas para vermos o regresso da saga aos cinemas! Especialmente depois daquelas sementes plantadas nas cenas pós-créditos.


Uncharted
Uncharted

ANO: 2022

PAÍS: EUA

DURAÇÃO: 116 min.

REALIZAÇÃO: Ruben Fleischer

ELENCO: Tom Holland, Mark Wahlberg, Antonio Banderas, Sophia Ali, Tati Gabrielle

+INFO: IMDb

Uncharted

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