ESPECIAL MOTELX: Wolfkin morde muito pouco

Wolfkin é mais um filme de lobisomens nesta edição do MOTELX. Desta feita a produção, a cargo de Jacques Molitor, chega-nos do Luxemburgo e fala-nos de um rapaz que vive sozinho com a sua mãe até ao dia em que começa a demonstrar estranhos comportamentos e ela decide procurar a ajuda dos sogros que nem sequer sabiam da sua existência, mas que acabam por compreender bem porque é que ela ali está…

As inseguranças da mãe do rapaz bem como as interações que tem com o seu filho em clara mudança são um ponto positivo do filme que (em mais um filme do MOTELX) aborda o trauma, embora desta vez o trauma seja mais o da parentalidade. No que diz respeito à criatura propriamente dita, podemos também referir que o design é bom, realista, fazendo uso de efeitos práticos que realmente funcionam e a transformação é interessante, embora não tenhamos tantos momentos para ver a criatura em acção quanto gostaríamos.

Chegado à casa de família, o rapaz começa basicamente o seu treino para se adaptar áquilo que ele é: um lobisomem. Assim sendo, grande parte deste filme é também sobre auto-descoberta e sobre aprendermos a sermos nós próprios porque chegará uma altura em que cada um terá mesmo que fazer o seu caminho por si, sozinho. Tudo muito bem, mas nós estávamos aqui pelos lobisomens e, deixem-me que vos diga, que para um filme de lobisomens, Wolfkin é um filme…chato.

Sem darmos conta e quando seria de esperar que a história expandisse ao nível de tudo o que está em jogo, acontece precisamente o oposto. A história fecha-se sobre si mesma e o que temos direito a assistir é basicamente um drama familiar, recheado de intrigas, personagens unidimensionais, algumas atuações duvidosas e…quase tudo menos aquilo que pretendíamos ver. Do ponto de vista técnico, além da caracterização já mencionada, é bom ressalvar o trabalho muito interessante que é feito ao nível musical, com uma composição bem trabalhada que transmite um tom misterioso a grande parte do filme.

Wolfkin é um filme de lobisomens que parece ter pouco interesse em ser algo mais do que um drama familiar genérico, composto por intrigas e heranças. O design da criatura até convence, bem como parte da relação entre mãe e filho, mas aquilo que tem para nos mostrar é manifestamente pouco.


Kommunioun
Wolfkin

ANO: 2022

PAÍS: Luxemburgo

DURAÇÃO: 90 minutos

REALIZAÇÃO: Jacques Molitor

ELENCO: Louise Manteau; Victor Dieu; Marja-Leena Junker

+INFO: IMDb

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