“Your Place or Mine”, ou “Na tua Casa ou na minha” em português, é a nova comédia romântica da Netflix. E, mais do que isso, é o filme perfeito para desfrutares no sofá, junto da tua cara metade, neste dia dos namorados. Façam umas pipocas, juntem uns M&M, preparem umas bebidas, não se esqueçam de uma manta, e já sabem: Netflix and Chill.
Não é a melhor comédia romântica que já vi. Mas fica lá perto. O filme acerta no elenco, no guião, na história, nas sub-tramas e na caracterização dos personagens. Mas a cereja no topo do bolo é toda aquela vibe de comédia romântica dos anos 2000.
O filme conta a história dos melhores amigos, com histórico amoroso, Debbie (Reese Witherspoon) e Peter (Ashton Kutcher), que trocam de casa por uma semana para que Debbie pudesse realizar um curso em Nova Iorque. Isso não só os ajuda a ter um vislumbre da vida um do outro, como desencadeia uma espiral de pequenas e grandes revelações íntimas que os farão reavaliar a sua amizade. E, como qualquer boa comédia romântica, os sentimentos começam a florescer após anos escondidos.
Aline Brosh McKenna não tem um grande historial como realizadora ou produtora, mas já escreveu guiões de filmes muito elogiados pela crítica, como “The Devil Wears Prada” e “Cruella”. Confesso que não vi o primeiro, mas Cruella foi um dos meus filmes preferidos de 2021! Desta vez resolveu escrever o guião, produzir e ainda realizar o filme. Basicamente esteve em todo o lado. E resultou.
O elenco é fantástico. Ashton Kutcher e Reese Witherspoon já pertencem à velha guarda das comédias românticas e destacam-se bastante nos seus papéis. O guião e a história de dois apaixonados que simplesmente aceitaram ficar na “friendzone” também resulta neste filme. Especialmente pela construção, sublimemente bem conseguida pela realizadora, dos personagens: Um solteiro incurável que não está habituado a relações e a trabalhos que durem mais de seis meses, com um apartamento de luxo que mais parece um quarto de hotel. Um homem com posses, mas sem um sítio ou alguém para chamar de “casa”. Do outro lado uma mãe solteira, super organizada, que teve de deixar alguns sonhos para trás para poder cuidar do seu filho.
Para além disso todas as suas sub-tramas são fantásticas. Desde o playboy que tem jeito para crianças e ainda mais jeito para não respeitar as regras da mãe, até à rapariga ingénua completamente desenquadrada da sociedade actual que não percebe nada de encontros e tecnologias, passando pela excelente trama literária.
E se já citei tudo o que me agradou no filme, falta apenas referir o seu ponto alto: A vibe de comédia romântica dos anos 2000. É verdade. Essa altura foi propensa a muitos filmes deste género. E, embora tenha visto recentemente várias tentativas de fazer comédias românticas, grande parte delas são fast-food. Enquanto esta podia facilmente passar na sessão da tarde, repetidas vezes, até começarmos a enjoar ou, quem sabe, decorar todas as falas…