Há bem pouco tempo, falava-se de um mundo sem sair do sofá e muitos analistas apontavam que a morte das salas de cinema era uma questão de tempo. O jogo virou.
O cinema continua a sua recuperação no mundo pós-pandémico e as companhias que lideram os principais serviços de streaming a nível global não querem ficar para trás. Há lucro a ser feito nas salas de cinema, há a partilha única de experiências em simultâneo e há também todo o prestígio associado ao ato. Sim, a Apple teve um vencedor dos Óscares em CODA, mas essa terá sido uma exceção, até porque o seu maior opositor era um filme…da Netflix. Hollywood preza a experiência de cinema e dá mais valor a obras que por aí conquistem a audiência e as companhias de streaming querer atrair o melhor talento que quer…cinema no cinema.
Há poucas semanas a Amazon confirmou que Air, a nova obra de Ben Affleck, iria ser lançada nos cinemas de todo o mundo antes de chegar ao serviço Prime Video. A Apple respondeu hoje: mil milhões de dólares para serem gastos anualmente em filmes a ser lançados no cinema. Para o catálogo deste ano, a gigante norte-americana não tem uma estrutura pronta para atuar neste campo, mas isso não os irá parar. Nas últimas semanas tem estado em contato com outros grandes estúdios para que os seus filmes sejam lançados nos cinemas em parceria com quem já tem maior experiência na área. Os títulos falados incluem o novo filme de Martin Scorcese (Killers of the Flower Moon), o novo de Ridley Scott (Napoleon) e o novo de Matthew Vaughn (Argylle).
Com a nova estratégia de lançamento e distribuição de parte dos seus filmes, a Apple não pretende esquecer a Apple TV +. O seu serviço de streaming tem vindo a ganhar popularidade depois de vários sucessos com a crítica e com o público e a companhia pretende que os filmes no cinema sirvam também de alavanca e propaganda a esse serviço.
Tudo está a mudar na Amazon e na Apple. Já antes, a WB também havia riscado a ideia de grandes lançamentos diretos no streaming (HBO+). É caso para perguntar: e tu, Netflix?