2020 é para esquecer, mas muitos dos seus filmes não! Antes de recebermos todos os filmes que 2021 tem para nos oferecer, arrancamos o ano com uma lista dos MELHORES FILMES DE 2020 QUE provavelmente não viste devido à pandemia.
O ano 2020 não foi um ano fácil e a indústria cinematográfica também sofreu muito com a crise da saúde pública mundial. Houve filmes que ainda estrearam mas numa má altura o que causou que não tivessem a visibilidade merecida portanto fiz esta lista para fazer justiça a isso!
5. O Apelo Selvagem
O Apelo Selvagem é uma adaptação do livro de Jack London e acompanha a história de Buck, um cão que foi raptado do conforto da quinta onde nasceu. E é lançado numa vida dura e perigosa.
Vão reparar que há algo de estranho com este cão, sim, é feito em computação gráfica, mas confiem em mim, por 1 hora e 30 minutos tentem desligar esse lado picuinhas e desfrutem desta aventura grandiosa.
Eu até entendo a decisão dos produtores do filme para este rumo porque as cenas mais emocionantes e cheias de adrenalina neste filme seriam impossíveis com animais reais, mas não apenas isso, eles também implementaram ligeiros toques de expressão humana no cão o que ajudou com que mais facilmente me investisse emocionalmente com o cão.
Por exemplo, um dos meus maiores problemas com a adaptação do Rei Leão foi que eu não consegui conectar-me emocionalmente devido ao excesso de realismo dos animais e falta de expressões ao contrário da animação original. E O Apelo Selvagem serve de lição que às vezes não é sobre realismo, e sim transmitir a emoção e mensagem pretendida.
Este filme apanhou-me de surpresa, pra já por ser mesmo sobre o cão, Buck, ele é a personagem principal, não se emocionem muito com a narração no trailer e participação do Harrison Ford, ele e mais outros humanos ao longo do filme são apenas personagens secundários, mas com isso dito, prometo que não se vão decepcionar, eu adorei O Apelo Selvagem, não é muito sério mas é um filme para toda família super divertido, inspirador e corajoso!
4. O Fim do Mundo
O Fim do Mundo conta a história de Spira, interpretado por Michael Spender, um rapaz que após 8 anos numa casa de correção regressou ao bairro que o viu nascer.
Vou ser sincero eu estava meio cético antes de ver este filme porque já andava desapontado com o cinema feito em portugal há algum tempo, mais precisamente desde o Zona J. Sim, isso é muito tempo… Chegou mesmo uma altura que eu parei totalmente de ver cinema feito em Portugal estou a sincero, mas ainda bem que este filme aconteceu porque veio para reacender aquela chama e mudar totalmente a minha perspetiva acerca disso porque definiu uma fasquia nova e bem elevada neste género de filmes que envolvem bairros sociais.
É um filme com os os pés totalmente assentes na terra, a sério eu nunca me senti tão envolvido e tão em “casa” a assistir um filme, e eu tenho a perfeita noção que pode ser “pesado” demais para certas pessoas pela sua natureza, há momentos no filme que por tão real que parecem são meio desconfortantes mas isso é o que o torna uma brisa de ar fresco e na minha opinião uma obra de arte autêntica feita em Portugal. Tava a faltar mesmo alguém mesmo alguém com coragem para fazer um filme assim em Portugal, realista, sem filtros e sem fantochada.
Desde a interpretação dos atores impecável, direção de fotografia, realização e o som muito bem trabalhado, a sério se vocês têm um último pingo de fé pelo cinema feito em Portugal, dêem uma chance a este filme.
Já agora, se quiseres mergulhar mais a fundo, nós entrevistamos o realizador Basil da Cunha aqui na Fala Visual! Podem assistir a entrevista completa aqui.
3. Os 7 de Chicago
Esta seleção deve ser a que foi menos abafada, saiu perto do fim do ano e é o único da lista da Netflix, mas mesmo assim acredito que mereceu lugar aqui, porque não vi muita gente a comentar sobre ele. Os 7 de Chicago conta a história de um julgamento em 1968 onde um grupo de 7 pessoas são acusadas de incitar violência contra a polícia depois de um confronto entre policiais e protestantes que estavam protestando contra a guerra do Vietname.
O que me chamou a atenção a este filme, além do elenco de luxo, foi o nome do argumentista e realizador, Aaron Sorkin, que é mais conhecido pelo argumento do filme A Rede Social e também Steve Jobs. E se vocês gostaram desses filmes, Os 7 de Chicago não fica nem um bocado para trás.
Como é de se esperar de um argumento do Aaron Sorkin, a história e as personagens são muito bem escritas, logo nos primeiros minutos do filme somos introduzidos e ambientados no clima tenso que eram os anos 60 e pouco depois já estamos na sala de tribunal.
E quando digo-vos que o que se segue é um julgamento totalmente injusto, Meu Deus, só de me lembrar da cara do juiz sinto raiva! Mas felizmente essa raiva é aliviada com momentos de humor pela interpretação surpreendente de Sacha Baron Cohen, é a primeira vez que o vi a interpretar um papel mais sério e adorei.
É daqueles filmes que contém diálogo para trás e para frente rápido, por isso muita atenção! Mas se conseguem e gostam de acompanhar filmes com diálogo inteligente, acelerado e um acontecimento histórico bem contado, vão adorar Os 7 de Chicago, é uma obra de arte que faz o que boas obras de arte fazem, conta-nos a verdade. E neste caso, a verdade é que, aqueles que esquecem a sua história estão destinados a repeti-la.
2. The Gentleman – Senhores do Crime
The Gentleman é protagonizado por Matthew McConaughey, um homem que construiu o seu império aos arredores de Londres e é dono da maior plantação de cannabis do país. Isto é um homem que já viu de tudo e já fez de tudo e agora alegadamente quer aposentar-se da sua vida criminosa, e isto causa uma cadeia de eventos desastrosos que envolvem boatos, fraude, caos, destruição e assassinatos entre bandidos.
E temos Hugh Grant, que faz o papel de um jornalista que espiou o seu império e decidiu fazer algo novo, escrever um argumento baseado na vida desse gang criminoso, e utiliza isso para chantageá-los financeiramente. E juro, este filme fica cada vez mais interessante à medida que vai progredindo porque nós estamos a ouvir e assistir a história baseada no que esse jornalista sabe, ou pensa que sabe.
A história é complexa, ao assistires pela primeira vez pode te atrapalhar, por isso mais uma vez, atenção máxima, mas há tanto para desfrutar deste filme, tem o argumento e realização de Guy Ritchy por isso se vocês conhecem o trabalho dele devem saber que ele faz filmes com estilo (excepto a adaptação do Aladdin da Disney vamos esquecer que isso aconteceu).
As piadas são fortes, eu e o público na sala estavamos a rir bem alto, mais alto que muitas comédias que já assisti ultimamente, a acção é divertida, a temática britânica enriquece a atmosfera e há bastantes momentos tensos e reviravoltas que vão manter-te entretido até ao último segundo.
1. O Homem Invisível
O Homem Invisível é um filme de horror de ficção científica que acompanha uma mulher interpretada por Elizabeth Moss, que foge do seu namorado abusivo.
Logo a partir do início do filme,da maneira que está tão bem realizado e interpretado, tu vais te sentir na pele dessa mulher, vais sentir o medo que ela tem do seu namorado. E ao início tu vais ficar um pouco à toa porque ainda não tens contexto nenhum do porquê de ela estar a fugir e com tanto medo, ela está num casarão com uma ótima vista, audis na garagem, e o homem está ali a dormir que nem um anjinho, mas mais tarde percebes logo porquê…
Pouco tempo depois de ela escapar ficamos a saber que o namorado não aguentou com o desgosto da sua partida e suicidou-se, e curiosamente ao mesmo tempo deixou um último desejo para ela na sua fiança, 5 Milhões de dólares pagos em prestações com a condição que ela não fosse declarada mentalmente instável.
Devido ao que ela passou ela simplesmente recusa-se a acreditar no suicídio do ex namorado, enquanto os seus familiares tentam assegurá-la com palavras de afirmação, “É o trauma”, “Isso já passa” . Hmmmmmm não sei não.
E o que eu adoro nesse filme é como o realizador acumula tensão e suspense de uma forma tão simples mas tão efetiva! E o mais incrível disso tudo é que é feito com algo que tu nem sequer estás a ver porque é invisível. Tipo a sério eles posicionam e aguentam os planos de uma certa forma e eu não conseguia parar de pensar que ele está ali, e é o que tornou o filme tão bom, é que em certas partes tu simplesmente não saberás se ele está ali ou não mas vai te arrepiar.
Eu vi este filme no cinema, curiosidade: mesmo um dia antes do primeiro confinamento, por isso não consigo garantir que vocês terão a mesma experiência assistindo em casa com tantas distrações porque o desenho de som neste filme é muito importante, a minha recomendação é que assistam com o som alto e boas colunas.
Entretanto ela começa a ficar maluca porque ela está a tentar provar a todos a volta dela que o ex namorado continua vivo e a atormentá-la, mas sem credibilidade nenhuma.
As coisas começam a desenrolar, umas cenas bem loucas acontecem, ela começa a ficar completamente destroçada
É possível que alguns de vocês já tenham visto outra versão clássica deste filme, (The Hollow Man, 2000), mas este é um retrato totalmente diferente, eu digo-vos já que vai apanhar-vos de surpresa de vários ângulos e como os elementos de ficção científica são bem mais realistas tornam o filme bem mais assustador!
O Homem Invisível mostra-te o quão longe um homem com recursos, tóxico e manipulativo é capaz de ir para não perder o suposto “amor da sua vida”, usando o conceito bem interessante e assustador da invisibilidade.
Assistiram a algum filme desta lista? Se sim, comenta, se não comenta também, nós aqui queremos muito ouvir a vossa opinião e falar abertamente sobre filmes com vocês.